Casaca emite nota sobre comunicado divulgado por Dinamite na última 2ª-feira

Terça-feira, 24/07/2012 - 11:13

A nota oficial que o Dinamite não tem coragem de emitir

Vascaínos e vascaínas, Francks e afins,

Estou aqui, na Loja Gigantes da Colina (que terá um up grade de grátis por conta do Vasco), na qual a franqueada é pessoa de minha extrema confiança, para tentar enrolar todos vocês, mais uma vez, e quem redige a missiva, de fato, sou eu, pois carta sem gerúndio, sem o tradicional “buscando” (um exemplo) e “mais do que nunca”, todos vocês já sabem, não é de minha autoria.

Iniciando minha conversa fiada para cima de vocês, otários vascaínos que votam em mim, tentarei convencê-los que montei uma base para o time de futebol, embora tenha, quase literalmente matado o modelo vencedor de base do Vasco, com exceção de meu filho, que permanece com aquela moral toda junto ao competentíssimo Galdino, meu camarada.

Desmontei o time do Vasco, campeão da Copa do Brasil de 2011, embora tenha trazido Leandros, Victor Ramos, entre outros, por puro desespero, em meio ao pior início de campeonato carioca de todos os tempos, ou mesmo porque era interessante para algum empresário por o atleta num clube que se dispusesse a pagar um belo salário, sem mais nem menos, a diversos jogadores.

Perdi, de graça, o zagueiro titular e o lateral-esquerdo titular do time em pleno Brasileirão (aquele mesmo que me orgulhei de ter sido vice, após receber a taça “Bobalhão” de campeão moral).

Após o Nacional perdi Elton e o lateral improvisado reserva Jumar. No início do ano o calote dado por mim no Bernardo ensejou sua saída. Logo depois o Allan foi embora, o Rômulo também (a um mês das Olimpíadas) e agora, por último, Diego Souza e Fágner. Renovei no fim do ano passado com o Marcio Careca por mais um ano e ninguém percebeu direito (HAHAHAHA).

Cá pra nós… Se eu já os enrolo há quatro anos, não vai ser agora, com o clube na vice-liderança do Brasileiro, que eu vou deixar de fazê-los de idiota.

Convenhamos. Eu já os convenci que cair para a segundona era uma reconstrução; que encontrei o caixa zerado, então não tinha como pagar ninguém; que o Vasco partiria para ganhar tudo em 2010; que cumpriria acordos judiciais; que o Vasco teria um plano de sócios confiável e uma lista de sócios idem; que o time iria atuar em São Januário os clássicos estaduais no ano passado e neste; que o gramado do próprio estádio seria um espetáculo em 2012; que Franck Assunção era o novo diretor executivo de futebol após conversar com ele diariamente por 60 dias; que o Vasco vestido de azul fazia sentido; que Casalber não teria mais espaço no Vasco depois de ameaçar me dar um safanão em pleno vestiário; que não sairia mais nenhum titular do time neste ano, após Rômulo ser vendido para a Rússia. E olha que só estou citando – tolos – algumas das minhas peripécias “a frente” do Vasco.

Seguindo, ingênuos. Trago uma nova realidade para o Vasco. Ser vice é um grande negócio. Me baseio (sou muito esperto) em três vices seguidos para pôr o Vasco no lugar de protagonista. Quando era oposição não me contentava com vices (embora tenha até me acostumado a isso como atleta) e mencionava ser inaceitável para o clube a segundona. Após “assumir” o clube caí de divisão e hoje tento convencê-los que ser vice é o maior barato. Na minha gestão nem turno de estadual o Vasco venceu, mas me orgulho de ter ido e perdido a quatro finais. Novos tempos.

Tento fazê-los esquecer das campanhas de 2008, 2009 e 2010 do Brasileiro e os conduzo a pensar no Vasco como num processo de evolução, em face das campanhas de 2011 e 2012 (até aqui). Se o time não conseguir chegar ao título já os estou preparando para comemorarem o protagonismo vascaíno no fim do ano, obtendo uma classificação para a Libertadores novamente, ou para a Sul-Americana no mínimo.

Como já pus o Vasco em segundo plano nas cotas de TV (em quinto e anos luz atrás de Flamengo e Corínthians), os acostumei aos poucos a aceitar uma posição resignada e feliz, confundindo coadjuvante com protagonista, assim como fomos, por exemplo, ao recebermos com orgulho o troféu de campeão da segunda divisão junto ao Flamengo na festa da CBF para a qual fui convidado em 2009.

Convenci-os até, de que mesmo dando calote a torto e a direito não posso manter os salários em dia, pois pago dívidas do passado. Malandramente, junto a minha trupe, deixamos praticamente todos os acordos pagos, anteriores à minha gestão (desde impostos a confissões de dívida) sem cumprimento, a partir de nossa assunção ao poder, mesmo porque podemos usar politicamente dívidas monstruosas que vamos deixar para o futuro, após sugarmos mais ainda o Vasco, como culpa de quem as pagava ou já as tinha equacionado, antes do nosso calote. E o melhor de tudo – gado – com ancilares pondo a cara por nós, a fim de ossos que lhes serão dados a nosso critério tão somente. Tenho-os nas mãos.

O melhor de tudo é fazê-los de babaca com sorrisos e autógrafos e, com aparato, poder confundi-los quanto a minha imagem de político medíocre, administrador de meia tigela, em relação a do artilheiro que fui no passado.

Os acordos feitos por mim ou meus prepostos (como eu tenho prepostos no Vasco), com relação às aquisições de atletas, invariavelmente deram prejuízo ao Vasco, pois o custo benefício sempre favorece mais o empresário que ao clube e, convenhamos, não estou nem aí para o futuro do Vasco (vide como trato a base). Além do mais, quando um Rômulo ou um Dedé trazem um bom lucro (que não cobre nem de perto todo o prejuízo que causo ao Vasco), os utilizo tratando exceções como regra.

O mais divertido dessa minha gestão é a fórmula mágica que criaram para me blindar. Como estou cheio de puxa sacos e gente que depende da minha manutenção no poder para a continuidade das benesses, cada canelada minha tem uma justificativa, de preferência no passado.

Sei que exagerei com vocês neste último golpe, mas uma notinha oficial assinada por mim e escrita por algum parceiro, vai fazê-los engolir mais essa. Vocês já estão acostumados (HAHAHAHAHA).

Minha pérola agora, se fosse querer lhes dar um atestado de imbecis na cara, seria dizer a todos que os contratos feitos por mim com os atletas, adquirindo parte dos percentuais deles apenas e não mais do que isso, viria também de um problema oriundo do passado. Sempre funciona com vocês (HAHAHAHA).

Como peguei o Vasco com os atletas da base 100% vinculados ao clube (até dispus de quase quarenta milhões de reais em função disso) e outros, mesmo que sob empréstimo, com a permissão de sair do clube somente com a anuência deste, não tenho como justificar o caminho escolhido, mas contando alguma mentirinha para vocês, ou conversa do boitatá, certamente obterei meu objetivo de ludibria-los no dia a dia, mais do que nunca.

Vocês me merecem, afinal votaram em mim numa eleição que sabiam ser viciada desde a origem por ação minha e de minha trupe. Quanto aos ingênuos que votaram supostamente num adversário meu (os duzentos e pouco incautos), também tiveram que me aceitar sem oposição, desde a votação no Conselho Deliberativo (que não faço a menor ideia de como funciona).

Investi e invisto na total incapacidade de vocês enxergarem um palmo a frente do nariz, tenho os ancilares de uma suposta “oposição” (HAHAHAHA) como parceiros e estou aos poucos enterrando o Vasco numa vala comum e secundária, sem que ninguém me conteste. Não é que eu seja tão sagaz assim, mas vocês são por demais parvos. Continuem votando em mim (HAHAHAHA).

Rumo ao Penta – mas, se não der, lembrem-se que somos protagonistas (adorei essa palavra “protagonista”).

Saudações,

Vice de todos


Fonte: Casaca