Taxistas contam bastidores da ida para São Januário com os jogadores do Vasco
Domingo, 28/05/2017 - 22:40
Milton Mendes, jogadores e torcedores do Vasco deixaram São Januário em estado de graça após a virada contra o Fluminense. Porém, os momentos que antecederam o clássico deste sábado foram inusitados. Com o problema no ônibus na zona oeste do Rio de Janeiro, a delegação seguiu em vários táxis até o estádio e, como não poderia ser diferente, deixaram histórias com os motoristas durante o trajeto.

O GloboEsporte.com entrou em contato com cinco taxistas que tiveram missão de levar os jogadores. Entre as principais lembranças, selfies, a relação entre Manga e o banheiro antes do aquecimento e as gozações dos rubro-negros.

Táxi 1: no caminho com Nenê, o "inimigo"

O profissionalismo fez o tricolor Roberto prontamente resgatar os jogadores do Vasco. Com ele foram Nenê, Jomar e outros dois jogadores. Segundo o motorista, o camisa 10 estava chateado porque começaria a partida no banco, mas, assim como os outros, foi receptivo na viagem. Mal sabia o taxista que o jogador seria o responsável pelo gol da vitória no último, porque, se soubesse...

- Sou tricolor, até conversei com eles, falei que iriam jogar contra o meu time, mas o Nenê estava meio chateado. "Não, nós vamos ficar na reserva", mas foram bem espontâneos. O cara estava iluminado, entrou e fez o gol da vitória. Acho que todos que estavam no meu carro ficariam no banco. Os torcedores, no caminho, reconheceram. Alguns até foram seguindo os carros porque viram o ônibus enguiçado. Depois só consegui ver como foi o jogo no Jornal Nacional, porque continuei trabalhando. Se eu tivesse parado na Linha Amarela e levado o Nenê para a Vila do João, como brinquei com ele, não tinha feito gol no meu time (risos) – brincou o motorista.

Táxi 2: Manga e o banheiro

Felix passava pela linha amarela no momento que o ônibus enguiçou e foi o primeiro a atender o pedido. Parado pela polícia, concordou em levar os jogadores. No carro, Manga Escobar, Kelvin e outros dois, que o motorista não conseguiu identificar. O que ele não esquece – e conta em meio a gargalhadas – é a preocupação do colombiano, autor do segundo gol do Vasco, com o horário de chegada a São Januário.

- Vou contar uma boa, porque ri muito. A preocupação do Manga é que eles iam chegar muito em cima da hora do aquecimento e ele, como disse, gosta de "dar uma cagada antes de aquecer" (risos). Eu ri demais. Não sei como ele se arrumou lá depois, porque chegamos lá passando das 15h.

Taxi 3: "Esse carro tem insufilm?"

Vascaíno de coração, Arthur atendeu ao chamado e viu um sábado normal de trabalho se tornar especial. Deu carona a Guilherme Costa e mais dois passageiros, que não conseguiu reconhecer. Segundo ele, a primeira reação dos jogadores foi de vergonha pelo problema com o ônibus, mas, no fim, promessa por camisas e decepção por não ter sido convidado para assistir ao clássico

- No início eles estavam um pouco envergonhados, perguntaram se o táxi tinha insufilm, para ninguém ver. Mas depois que passaram pela galera no caminho foram relaxando. Sou vascaíno, mas estou meio muquirana, sem saber os jogadores (risos). Conheci o Guilherme só no meu carro. Foi um sábado emocionante para mim, mas te falo que fiquei meio decepcionado, achei que iam nos convidar para assistir ao jogo lá em São Januário. Mas nada, pessoal desembarcou, nos pagaram e já saímos. Guilherme disse que ia pedir umas camisas ao Eurico, mas depois que passa a adrenalina não dá. Vou cobrar o Eurico, trabalho no ponto (risos).

Táxi 4: "Põe na conta do Eurico!"

Aderlindo estava cansado, vinha de uma noite sem dormir trabalhando no táxi. Mas, às 14h30, foi parado na linha amarela e requisitado pelos policiais. Relutante, aceitou levar os jogadores. Recebeu – assim como todos os outros profissionais – os R$ 65 da corrida assim que chegou a São Januário.

Reconheceu de cara Luis Fabiano, identificou Douglas e ainda levou "mais dois que não fazia ideia". Bem-humorado e rubro-negro, brincou com o volante pelo fato de ser flamenguista e ainda tirou onda no pedágio.

- Eu brinquei com o Douglas, "isso só acontece com o Vasco" (risos). Ele me olhou e perguntou, "você é flamenguista?". Falei que era, mas não tem nada a ver. Eles ficaram tranquilos, eu ficava olhando e pensando, "caramba, estou levando o Luis Fabiano, os caras do Vasco". Fiquei meio empolgado, estava até me sentindo importante. Chegamos no pedágio, pessoal naquela carreata, os policiais foram ver como íamos pagar. O rapaz da cabine disse que a gente tinha de pagar. Ainda falei brincando, "beleza, chegar em São Januário o Eurico paga" (risos). Tudo na brincadeira.

Táxi 5: a ultrapassagem do ônibus enguiçado

Também flamenguista, Rodrigo não perdeu a oportunidade para brincar com os jogadores. Ao lado de um integrante da comissão técnica, foi surpreendido pela ultrapassagem do antes enguiçado ônibus do clube e aconselhou Andrezinho a permancer no táxi para chegar sem problemas a São Januário.

- Lá eu não falei, não, mas eu sou rubro-negro. Quase larguei eles a pé, mas tudo bem, vamos nessa (risos). Mas tudo na brincadeira. A gente foi zoando o Vasco (risos). Só com o Vasco acontece isso nos últimos tempos. Até brinquei com o preparador que foi com a gente, fui sacaneando o Andrezinho no caminho. Teve uma hora, no meio do caminho, que o ônibus passou pela gente. Aí o Andrezinho falou, "não duvido nada da gente parar ali agora e subir de volta" (risos). Ainda brinquei, "uma coisa eu te garanto, lá pode enguiçar de novo, mas aqui não vai não, vamos chegar no estádio".



Fonte: GloboEsporte.com