Um grito de desabafo tomou conta de jogadores, dirigentes
e torcedores do Vasco
tão logo terminou a partida contra o Palmeiras. O rótulo
de vice-campeão, que se
tornou mais do que uma possibilidade concreta depois dos 3 a
0 sofridos no primeiro
tempo, deixou os vascaínos enlouquecidos - e a resposta
veio em forma de palavrões,
gritados para os microfones da TV pelo vice-presidente Eurico
Miranda. ''Vice é o
c......'', berrava o dirigente, acompanhado pelos jogadores e
torcedores no Parque
Antártica.
Os jogadores corriam de um lado para o outro festejando a conquista
inédita. Júnior
Baiano, que cometeu um pênalti e foi expulso - numa atuação
lamentável -, abraçava
a todo momento o artilheiro Romário, que levou o Vasco
com seus três gols à virada
histórica. Era como se o zagueiro estivesse agradecendo
a Romário por ter consertado
os erros do zagueiro.
Romário comemorou o título da Mercosul como há
muito tempo não fazia. Capitão do
time, vibrava muito, até porque afastou de vez por todas
a sina que insistem que ele
carrega de não jogar bem nos últimos jogos decisivos
dos quais participou - daí a todo
instante ser cumprimentado e abraçado pelos companheiros,
como num
reconhecimento ao grande artilheiro.
Mas o atacante Viola, que entrou no segundo tempo, fez questão
de destacar a
participação de todo o time - não só
Romário - na conquista do título. ''O Romário que
me desculpe, todos sabemos a importância dele. Mas todo
o time foi guerreiro, pela
garra com que buscou a virada e esse título''.
Viola dedicou também o título ao treinador demitido
Oswaldo de Oliveira. ''Não
podemos esquecer da participação dele e do Fábio,
o preparador físico. Eles foram
importantes.''
O lateral Jorginho, evangélico, foi buscar em episódios
bíblicos a explicação para a
virada do Vasco. ''Mesmo depois que o Palmeiras fez 3 a 0. Depois,
que o Júnior
Baiano foi expulso essa certeza aumentou'', disse.