Vasco sagra-se campeão da
Copa Mercosul com uma
virada histórica sobre o
Palmeiras: 4 a 3. Romário
marca três gols e entra para a história
vascaína (Foto: Nelson Almeida)
São Paulo
Quem tem Romário, tem tudo. Tem gols, título
da Copa
Mercosul e, mais do que isso, quebra de recordes. Com
três gols de pura frieza e oportunismo, o Baixinho
levou
o Vasco à heróica vitória por 4 a
3, sobre o Palmeiras,
em pleno Parque Antarctica, e escreveu, de vez, seu
nome na história vascaína ao superar o ídolo
Roberto
Dinamite, com 64 gols em uma só temporada. Além
disso, ele consagrou-se o artilheiro da competição
com
11 gols. O título engorda os cofres vascaínos
em US$ 3
milhões. A sina dos vice-campeonatos chega ao fim
aos pés de Romário.
Contratado às pressas para suprir a ausência
de
Oswaldo de Oliveira Joel Santana não pensou duas
vezes ao escolher a tática para vencer o Palmeiras:
forçar os contra-ataques.
Como toda decisão, os nervos estavam a flor da pele,
marcação dura e pouca criatividade no início.
Mas o
esquema retrancado vascaíno abriu precedente para
um
verdadeiro fogo cruzado protagonizado pelo
lateral-direito Arce e deixou Romário e Euller
à léguas
de distância do meio de campo. Prova disso é
que o
primeiro chute do Vasco ao gol de Sérgio só
aconteceu
aos 25 minutos.
Apesar de empurrado pela vibrante massa verde, o
Palmeiras recebeu uma ajuda inusitada. Júnior Baiano
coloca, para surpresa de todos, a mão na bola dentro
da área. Arce converte. Na comemoração,
Magrão
aproveita a pane geral vascaína para aumentar a
vantagem. Abalados emocionalmente e sem saber o
que fazer em campo, os jogadores do Vasco ainda
viram Tuta marcar um belo gol na última volta do
ponteiro: 3 a 0.
– Não sei o que houve – desabafou o goleiro Helton.
O título já tinha dono. Mas há uma
máxima evidente no
futebol ‘que o jogo só acaba quando o juiz apita’.
O
técnico Joel Santana resolveu deixar a retranca
de lado
para apostar na ousadia.
Com Viola no lugar do cabeça-de-área Nasa,
o Vasco
subiu de produção e, mais do que isso, conseguiu
o
que para muitos, ou até todos, era impossível.
E como todo o drama, com direito a coadjuvante e
protagonista. Figuras nulas no primeiro tempo, Juninho
Paulista e Romário resolveram colocar em prática
todo
o futebol. O pequeno notável lourinho fez duas
belas
jogadas individuais e recebeu dois pênaltis. O Baixinho
Marrento, por sua vez, executou com excelência sua
função.
Esperança renovada para os 21 minutos finais. Até
que
aos 40 minutos, Juninho Paulista aproveita uma sobra
para empatar. A distância entre o possível
e o
impossível era exatos 40 minutos. Mas quem tem
Romário, tem imprevisibilidade. Nos descontos,
o
Baixinho, com dose exagerada de sorte e oportunismo,
aparece com a rede escancarada à sua frente para
marcar o gol do título nos descontos. Vice, não.
Vascão campeão!