Daniel Dutra
A Copa Mercosul é o terceiro título sul-americano
conquistado pelo Vasco. Vencedor do Campeonato
Sul-Americano em 48 e da Libertadores da América
em
97, o clube de São Januário teve um caminho
difícil até
chegar à taça e ao prêmio total de
US$ 4,6 milhões.
Prova maior das dificuldades enfrentadas pelo Vasco
para chegar ao título foi sua campanha na competição,
com sete vitórias, um empate e quatro derrotas.
Ao lado de Peñarol (Uruguai), Atlético-MG
(Brasil) e
San Lorenzo (Argentina), no Grupo E da Mercosul, o
início da campanha vascaína na competição
foi
irregular. Após estrear com uma derrota fora de
casa
para o Peñarol, a equipe goleou o San Lorenzo em
São
Januário mas foi bem nas duas partidas seguintes,
perdendo para o Atlético-MG no Mineirão
e empatando
em casa com o Peñarol.
A classificação veio apenas na última
rodada. O Vasco
venceu o já classificado Atlético, chegou
a dez pontos e
foi beneficiado pela derrota do Peñarol para o
San
Lorenzo, ficando na segunda colocação e
não
precisando entrar na disputa por uma das três vagas
destinadas aos terceiros mais bem colocados no
critério de desempate.
Nas quartas-de-final, uma classificação sofrida.
Após
derrotar o Rosario Central por 1 a 0, em São Januário,
o
Vasco foi decidir a vaga no Estádio Gigante de
Arroyito,
em Rosario, na Argentina. Com um gol do zagueiro
Alberto Díaz, já nos acréscimos da
partida, a vaga nas
semifinais foi decidida nos pênaltis, quando brilhou
a
estrela de Helton. Ao defender a cobrança do meia
Ernesto Vespa, o goleiro vascaíno garantou a vitória
brasileira por 5 a 4.
As duas partidas que decidiram a vaga na final da
Mercosul repetiram o duelo que Vasco e River Plate
travaram pelas semifinais da Copa Libertadores de
1998. E novamente a equipe carioca, que conquistara o
mais importante torneio sul-americano à época,
levou a
melhor sobre o rival argentino.
Na primeira partida, no Monumental de Nuñez, em
Buenos Aires, goleada de 4 a 1, com grande atuação
de Helton, que com excelentes defesas segurou o
ataque adversário e pôde assistir ao ataque
vascaíno
completar a festa. Na partida de volta, em São
Januário,
o Vasco enfrentou a chuva, a violência dos jogadores
argentinos e despeachou o River com mais uma vitória:
1 a 0.
Classificado para a final, o Vasco encarou mais uma
revanche, dessa vez contra o Palmeiras, em mais um
grande clássico do futebol brasileiro. Era o acerto
de
contas após o Campeonato Brasileiro de 1997 - com
dois empatem em 0 a 0 a equipe carioca levantou a
taça - e o Torneio Rio-São Paulo em 2000
- conquistado
pelo Verdão, que venceu no Maracanã por
2 a 1 e
ratificou o título com uma goleada de 4 a 0 no
Morumbi.
Com gols de Juninho Pernambucano e Romário, o
Vasco venceu a primeira partida, em São Januário,
e foi
a São Paulo precisando apenas de um empate para
conquistar o título sem precisar de mais um jogo.
O
jovem do time do Palmeiras, no entanto, mostrou sua
força e com um gol de Neném, cobrando falta,
derrotou
a equipe carioca no Parque Antarctica e foi em
condições de igualdade para a terceira e
decisiva
partida.
Enquanto o Palmeiras teve pouco mais de uma semana
para se preparar, o Vasco esteve envolvido na primeira
partida pelas semifinais da Copa João Havelange,
contra o Cruzeiro, no último sábado. O empate
em 2 a
2 - com a equipe mineira fazendo os dois gols nos
minutos finais da partida - foi o estopim de uma rápida
crise, que culminou com a demissão do técnico
Oswaldo de Oliveira.
O vice-presidente Eurico Miranda - insatisfeito com um
abraço de Oswaldo em Luiz Felipe Scolari, técnico
do
Cruzeiro, após o jogo e a marcação
de um treino para o
período da tarde, em vez da manhã - não
perdeu tempo
e anunciou a contratação de Joel Santana.
E foi com Joel - bicampeão estadual (92/93) pelo
Vasco, além de ter iniciado a campanha do título
carioca de 87, dando lugar a Sebastião Lazaroni
- que o
Vasco chegou a seu terceiro título internacional.
E um
título conquistado de maneira inesquecível.
Após descer para o vestiário perdendo por
3 a 0, o
Vasco voltou para a segunda etapa e deu início
a uma
reação espetacular. Comandada por Juninho
Paulista, a
equipe carioca diminuiu a vantagem antes dos 25
minutos, com dois pênaltis sofridos pela meia e
convertidos com categoria por Romário.
Com o Palmeiras encolhido, tentando segurar o
resultado de 3 a 2, o time partiu para cima, encurralou
o
adversário e, aos 40 minutos, a insistência
vascaína foi
premiada, com Juninho Paulista chutando da entrada da
pequena área para empatar e garantir ao menos a
disputa de pênaltis.
Mas o Vasco não queria saber de loteria e, em vez
de
tocar a bola e deixar o tempo passar, aproveitou o
melhor momento na partida para fazer explodir o grito
de campeão preso na garganta de sua torcida durante
todo o ano de 2000.
Já nos acréscimos, Viola fez bela jogada
pela
esquerda, cruzou e a bola foi parar nos pés de
Romário,
que não perdoou e fez seu 12º gol na Mercosul,
ratificando o título de artilheiro da competição
e fazendo
a festa da nação vascaína. Vasco,
campeão da Copa
Mercosul 2000.
Confira a campanha campeã do Vasco
FINAIS
20/12 Palmeiras 3 x 4 Vasco - São Paulo
Gols: Romário (3) e Juninho Paulista
12/12 Palmeiras 1 x 0 Vasco - São Paulo
06/12 Vasco 2 x 0 Palmeiras - Rio de Janeiro
Gols: Juninho e Romário
SEMIFINAIS
30/11 Vasco 1 x 0 River Plate - Rio de Janeiro
Gol: Juninho Paulista
22/11 River Plate 1 x 4 Vasco - Buenos Aires
Gols: Romário, Júnior Baiano, Juninho Paulista
e
Pedrinho
QUARTAS DE FINAL
08/11 Rosario Central 1 x 0 Vasco - Rosario (Vasco 5 a
4 nos pênaltis)
Gols: Romário, Jorginho Paulista, Viola, Juninho
Paulista e Juninho
31/10 Vasco 1 x 0 Rosario Central - Rio de Janeiro
Gol: Juninho Paulista
PRIMEIRA FASE
01/08 Peñarol 4 x 3 Vasco - Montevidéu
Gols: Viola (2) e Romário
24/08 Vasco 3 x 0 San Lorenzo - Rio de Janeiro
Gols: Romário (2) e Fabiano
31/08 Atlético-MG 2 x 0 Vasco - Minas Gerais
07/09 Vasco 1 x 1 Peñarol - Rio de Janeiro
Gol: Romário
28/09 San Lorenzo 0 x 2 Vasco - Buenos Aires
Gols: Juninho e Romário
17/10 Vasco 2 x 0 Atlético-MG - Rio de Janeiro
Gols: Romário e Juninho Paulista