Heróis da resistência
Vasco mostra
raça e, derrotado por 3 a 0
no primeiro
tempo, vira para 4 a 3 em
cima do
Palmeiras, em pleno Parque
Antártica,
faturando o título da Copa
Mercosul
PISOU NA
BOLA. O Vasco foi campeão apesar das besteiras de
Júnior
Baiano, que fez um pênalti sem necessidade e, depois,
ainda
foi expulso
A absurda
troca de técnico, três dias antes da final da Copa
Mercosul,
foi punida com um sofrimento que parecia não ter fim.
Mas depois
de estar perdendo para o Palmeiras por 3 a 0, o
Vasco
iniciou a heróica virada no segundo tempo e terminou o
serviço
já nos descontos. A vitória de 4 a 3 – gols de Arce,
Magrão,
Tuta, Romário (3) e Juninho Paulista –, ontem, no
Parque
Antártica, encerrou, na estréia do técnico Joel Santana,
um jejum
de 21 meses sem títulos.
Erro, com
erro se paga. A diretoria errou por ter afastado o
treinador
adorado por todo o grupo. E, portanto, refestelada na
sua poltrona
– ou banco de reservas –, nem poderia reclamar da
ridícula,
primária e descabida performance do zagueiro Júnior
Baiano.
Cortou com a mão, sem ao menos disfarçar, uma bola
que passava
despretensiosamente sobre sua cabeça. Pênalti.
Arce acertou
a cobrança, aos 36 minutos, abrindo, com justiça,
o placar
a favor do Palmeiras, que já dominava o jogo. O Vasco,
que conseguira
seu primeiro chute a gol aos 27 minutos, ficou
de pernas
para o ar, atônito, repetindo as falhas de marcação
que o
acompanham há tanto tempo.
Assim,
aos 37, Magrão já marcava o segundo. E, aos 45, Tuta
deixava
o terceiro lá dentro. Em mais esses dois gols,
novamente
estava caracterizada a fragilidade de uma defesa
que não
conseguia preencher os espaços de sua área – Odvan
não
sabia se marcava Juninho, já com quatro adversários no seu
pé,
ou Tuta, que, livre, leve e solto, marcava o seu: 3 a 0.
Mas o segundo
tempo foi todo do Vasco. Vencendo por 3 a 0, o
Palmeiras
recuou e mostrou que seus homens da retaguarda
também
não dão conta do recado. O árbitro já havia
deixado de
marcar
um pênalti de Fernando em Euller, mas não pensou duas
vezes
quando ele derrubou Juninho Paulista, que, herói do jogo,
faturou
mais um pênalti para o Vasco, antecipando-se à queda,
quando
Gilmar ainda ensaiava a rasteira.
Ao converter
as duas cobranças, aos 14 e 24 minutos, Romário
chegava
à marca de 63 gols na temporada vascaína, deixando
para trás
Roberto Dinamite, com 61, e, ao mesmo tempo,
acendia
a luz no fim do túnel.
Júnior
Baiano, de novo ele, quase que a apagou. Aos 32
minutos,
acabou expulso, ao tentar roubar grosseiramente uma
bola de
Flávio, que decolou e se espatifou no gramado. Com um
homem
a menos, o Vasco ainda tinha Juninho Paulista, que,
sozinho,
valia por dois. Aos 41 minutos, ele calou o Parque
Antártica,
com o gol de empate que coroou sua excelente
exibição.
E Romário, aos 47, acabou com o jejum, a sede de
títulos
e a saga de ser vice, dando ao Vasco o inédito título da
Copa Mercosul.