Vasco consegue sua virada mais sensacional e é campeão
Milton Alves
 
 
 
 

SÃO PAULO. Que o Vasco é o time da virada a torcida já canta há tempos. Mas poucas vezes um time mostrou tamanho poder de reação. Depois de um primeiro tempo medroso e de sair perdendo por 3 a 0, a equipe voltou do intervalo determinada, chegando à virada histórica de 4 a 3 e ao título da Copa Mercosul. Romário acabou como herói pelos três gols da partida, mas o melhor em campo foi Juninho Paulista. Emocionados, os jogadores vascaínos lembraram do ex-treinador Oswaldo de Oliveira, demitido no último sábado.

- Gostaríamos que Oswaldo estivesse aqui. Este título é para ele - disse Juninho.

Com o título, o Vasco não apenas fez com que a sala de troféus ganhasse um novo. O clube conseguiu uma receita final de US$ 4,6 milhões.
 

O script traçado pelos dois treinadores foi seguido à risca pelas equipes. O Palmeiras começou com mais força ofensiva e o Vasco, de Joel Santana, fechado. Mas a verdade é que o time paulista só ameaçava em chutes de longe. Taddei, aos três, e Arce, aos cinco minutos, foram os primeiros.

Uma parte do esquema traçado pelo estreante Joel Santana funcionava: o time estava bem agrupado na entrada da área. Mas a saída para os contra-ataques não aconteciam. Os passes eram deficientes e a disposição do Palmeiras na marcação, muito grande.

Sem ter como penetrar na área do Vasco, o Palmeiras foi chutando de longe. E, aos 22, novamente Arce, de falta, obrigou Helton a uma boa defesa. E o Vasco? Mostrou que estava vivo aos 27, quando Romário arriscou de longe e Sérgio pôs a córner. Cinco minutos depois, Juninho Paulista recebeu na área e chutou forte. Outra ótima defesa de Sérgio.

Quem também defendeu foi Júnior Baiano, aos 34. Ele pôs a mão na bola após cobrança de córner de Arce. Pênalti que Arce bateu e converteu. A torcida do Palmeiras ainda festejava quando Tuta recebeu de Magrão e chutou; Helton soltou na cabeça de Magrão, que marcou o segundo.

Perdido, o Vasco não conseguiu esboçar reação. Aos 45 minutos, Juninho serviu Tuta que dominou e chutou entre as pernas de Odvan. Helton nem foi na bola: 3 a 0.

Diante do quadro, Joel fez o Vasco voltar para o segundo tempo com novidades. Saiu Nasa e entrou Viola. E, com o atacante, o time cresceu.

Aos cinco minutos, Fernando deu um pontapé em Euller na área, mas Márcio Rezende de Freitas não marcou. Aos 13, novo erro do árbitro: Juninho entrou na área perseguido por Fernando e caiu. Márcio marcou pênalti e Romário fez. Com este gol, o artilheiro chegou ao 62º na temporada pelo Vasco, passando Roberto, que, em 1981, fizera 61.

Em meio à empolgação, do Vasco, o Palmeiras teve a chance de decidir o jogo aos 17, mas Juninho, livre, errou a finalização. Assustado, o time recuou e deu campo ao Vasco. Numa arrancada aos 24, Juninho Paulista sofreu pênalti de Gilmar. Romário marcou o segundo: 3 a 2.

A reação do Vasco poderia ficar comprometida em nova bobagem de Júnior Baiano. Aos 33, ele acertou Magrão com violência e foi expulso. Mas o Vasco não desistiu e foi premiado. Aos 41, Romário errou o chute e a bola ficou com Juninho Paulista que chutou sob o corpo de Sérgio: 3 a 3.

Aos 48, todos no Parque Antártica pensavam em disputa de pênaltis. Mas Romário apareceu na frente de Sérgio e não perdoou. Vasco campeão.