Libra aprova expansão da cláusula de estabilidade para todos os participantes da Série A de 2025
Domingo, 28/05/2023 - 04:36
Em assembleia geral desta sexta-feira, a Libra aprovou a expansão da Cláusula de Estabilidade, passo importante para o entendimento da eventual futura liga brasileira de clubes. A alteração do estatuto da Libra amplia a garantia mínima de receitas proporcionais para todos os 20 participantes da Série A de 2025, a primeira que seria organizada por uma liga sem a CBF.

A cláusula de estabilidade, prevista no estatuto da Libra, prevê que caso as receitas totais arrecadadas para a edição de 2025 da nova liga brasileira fiquem menores ou iguais à da edição deste ano (2023) - estimada em pouco mais de R$ 2 bilhões -, a divisão dos valores siga nas mesmas condições proporcionais daqui a dois anos (2025).

A Assembleia Geral desta sexta-feira contou com a participação de presidentes e representantes dos 18 clubes filiados à Libra, consultores do BTG Pactual e Codajás Sports Kapital, e também do Mubadala Capital, fundo que oferece R$4,75 bilhões para comprar 20% dos direitos comerciais da Liga.

Atualmente, a Libra é formada por: Bahia, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Grêmio, Guarani, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Palmeiras, Ponte Preta, Red Bull Bragantino, Sampaio Corrêa, Santos, São Paulo, Vasco e Vitória.

A garantia mínima, conhecida como cláusula de estabilidade, anteriormente atendia apenas a Flamengo e Corinthians e gerava discodância nos outros participantes da Libra.

Como é a divisão de receitas

O estatuto da Libra prevê nos seguintes moldes a direção das receitas, em caso de valores de eventual futura liga com valores iguais ou menores ao da edição de 2023 do Brasileiro - cenário considerado improvável pelos dirigentes da Libra:

40% divididos igualmente entre todos
30% distribuídos de acordo com a audiência
30% de acordo com a posição na tabela

Caso o total de receitas fique entre os valores atuais e R$ 4 bilhões essa divisão se mantém. Mas se for superior, a divisão ficaria da seguinte maneira:

45% divididos igualmente entre todos
30% distribuídos de acordo com a audiência
25% de acordo com a posição na tabela

Um detalhe importante sobre a divisão de acordo com a posição da tabela é que ela prevê a média das últimas três edições do Brasileiro. O que era desejo dos clubes participantes também para o caso de queda para a Série B não sofrer tanto com a diferença de receitas.

Com essas divisões, a previsão dos dirigentes da Libra é que a maior diferença possível entre o campeão e o último colocado do campeonato alcance total de 3,3 vezes. Em efeitos práticos, se o lanterna for também o time de pior audiência e recebesse total de R$50 milhões da futura liga, o campeão e time de maior audiência levaria R$ 165 milhões.

Conversas desde 2020

A Liga do Futebol Brasileiro (Libra) e a Liga Forte Futebol do Brasil (LFF) montaram grupos desde 2020, quando se iniciaram as conversas com 40 times das Séries A e B. Depois de longas conversas, recentemente representantes dos dois grupos consideram estar mais próximos de um denominador comum. O desejo de ambos é tentar ainda um acerto até o fim do primeiro semestre.

O ponto principal de divergência é sobre divisão dos direitos da competição. A LFF quer um equilíbrio mais imediato nas cotas de televisão, enquanto a Libra propõe uma evolução gradativa, embora já com um início menos discrepante do que o atual.

OS BLOCOS

São membros da Libra: Bahia, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Grêmio, Guarani, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Palmeiras, Ponte Preta, Bragantino, Sampaio Corrêa, Santos, São Paulo, Vasco e Vitória.

São membros da LFF: ABC, Athletico, Atlético-MG, América-MG, Atlético-GO, Avaí, Brusque, Chapecoense, Coritiba, Ceará, Criciúma, CRB, CSA, Cuiabá, Figueirense, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Londrina, Náutico, Operário-PR, Sport, Vila Nova e Tombense



Fonte: ge